A subida EMPRESAS Publicado 8 Outubro 2007 0:01
Inapa diz que aumento de capital pode ser porta de entrada no PSI-20
A subida exponencial do volume de negócios na bolsa em 2007 e o aumento de capital que se avizinha leva a Inapa a acreditar numa chamada para integrar o índice PSI-20, a maior montra da bolsa portuguesa. Esta é a convicção de António Domingues, “Investor Relations” da empresa que, em conversa com o Jornal de Negócios, explicou as razões pelo maior interesse que os investidores têm mostrado na Inapa.
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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt
Acções da Inapa em três meses
A subida exponencial do volume de negócios na bolsa em 2007 e o aumento de capital que se avizinha leva a Inapa a acreditar numa chamada para integrar o índice PSI-20, a maior montra da bolsa portuguesa. Esta é a convicção de António Domingues, "Investor Relations" da empresa que, em conversa com o Jornal de Negócios, explicou as razões pelo maior interesse que os investidores têm mostrado na Inapa.
Em 2007, a distribuidora de papel viu mais de 40 milhões de acções serem negociadas em bolsa, o que quer dizer que num só ano conseguiu movimentar o equivalente à soma dos oito anteriores. De 1999 a 2006, rodaram em bolsa 40,8 milhões de títulos da empresa liderada por José Félix Morgado.
O relações com investidores da Inapa aventa várias razões para explicar o fenómeno: "o trabalho que tem sido feito junto de potenciais investidores, institucionais e particulares, que começa a mostrar os seus resultados"; o facto da empresa "ter traçado metas calendarizadas [o plano Inapa 2010] que vão permitir aumentar o desempenho operacional"; "o aumento de capital que se aproxima" e algumas operações corporativas que foram comunicadas recentemente ao mercado. Este ano, a empresa comunicou a compra de 32,5% que ainda não detinha na participada suíça Inapa Suisse e encerrou a actividade "deficitária" da sua subsidiária Inapa Itália.
O próximo objectivo é o PSI-20. As contas de António Domingues são simples: a empresa tem movimentado uma média de 206 mil acções por dia. Com o aumento de capital (de 27 para 150 milhões), o número de acções vai aumentar em mais 4,5 vezes, o que poderá colocar a liquidez numa média diária perto do patamar de um milhão. "Com mais capital, vai ser mais fácil dar saltos na lista de espera e entrar no PSI-20".
No entanto, para entrar no índice, o factor com maior ponderação é a liquidez em euros, ou seja, apesar de vir a ter mais acções, a cotação sofre um ajuste técnico derivado do aumento de capital. Na última lista de espera, a Inapa era a sétima melhor colocada para entrar no "benchmark".
Estado e BCP alinhados
Apesar da elevada rotação de capital, a Inapa diz que os maiores accionistas mantêm intactas as suas posições e António Domingues garante ainda que, quer a Parpública, quer o BCP, "já manifestaram a intenção de participar no aumento de capital", cujos contornos ainda estão a ser tratados com um sindicato bancário.
De acordo com a mesma fonte, o prospecto do reforço de capitais, o último passo para completar a operação harmónio em curso, já foi entregue à CMVM "para ser aprovado ou comentado". Domingues deu garantias ao Jornal de Negócios que no prospecto não vai constar nenhuma provisão para cobrir eventuais perdas relacionadas com o diferendo que opõe a empresa à Papelaria Fernandes que, segundo a mesma fonte, pode envolver verbas de 24 milhões de euros.
"Não vai haver nenhuma provisão para este caso específico, porque estamos convencidos da bondade da nossa posição", conclui.
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