
Não podemos esperar o carnaval passar. Você deve aproveitar este ano de 2009, para avançar na reestruturação da sua gráfica e consolidar a sua empresa no mercado. 2009 promete, ser um dos anos mais difíceis dos últimos tempos. O Brasil deixa para trás, a bonança económica dos últimos anos e torna-se conforme estamos acompanhando na imprensa, um país que necessita de muito esforço dos empresários para não findar o ano com crescimento negativo. Chegou a hora dos gráficos se estabilizarem e aproveitarem as oportunidades que esta crise apresenta, pois nosso crescimento será um dos mais baixos, desde a criação do Plano Real em 1994. Como já citamos, as taxas de juros não deverão cair e o emprego deverá ter um decréscimo, face aos inúmeros entraves previstos em diferentes áreas da economia. Muitos gráficos já vislumbraram este cenário e estão investindo maciçamente em treinamento, tanto próprios, como de seus subordinados.
Independentemente dos resultados das acções do novo governo americano que tomou posse em 20 de Janeiro passado, e dos governos dos países europeus, temos que olhar com insistência e visão estratégica, para o mercado interno e, principalmente para nossos tradicionais clientes. Não podemos esquecer também dos nossos concorrentes fazendo um “benchmarking” a fim de verificar que rumos estão seguindo. Enfim temos que sair da nossa “toca” e olhar um pouco o que acontece na economia e que caminhos iremos traçar para nossa empresa. Se verificarmos junto a grandes bancos e empresas de consultoria internacionais, poderemos ver alguns índices económicos projectados para a economia brasileira neste ano, que nos deixam em estado de atenção. Temos por exemplo as previsões de um crescimento do PIB em uma média de 2% (embora eu pessoalmente não confio mais neste momento, em números publicados na imprensa) com uma inflação perto de 6% ao ano.
Tudo isso nos leva à necessidade de repensar imediatamente nossas atitudes e a nossa empresa. Principalmente no que diz respeito ao mercado, como atingi-lo e como encontrar novos nichos de actuação. Nossa força de vendas deve ser reestruturada, pois acabou a fase de catadores de pedidos. Precisamos mudar a mentalidade de nossa força de vendas para que ela não venha a TIRAR algo do cliente, ou seja “o pedido” e sim DAR algo ao cliente, que será a solução de seus problemas e da redução de seus custos. Para solucionar os problemas do cliente precisamos estar absolutamente preparados tanto com a força de vendas como com o atendimento interno da produção. Nossa gráfica não pode mais tratar o mercado como se fossemos amadores, como vem acontecendo ao longo destes últimos anos. Temos que nos tornar realmente profissionais e em alguns casos oferecer ao mercado aquele “algo a mais” que não fizemos até o momento.
Como apresentar soluções aos nossos clientes, se não possuímos o material humano capacitado para faze-lo, seja na área de vendas, seja na parte da produção? Uma das soluções seria treinamento imediato (preferencialmente “in Company”) ou ainda a terciarização de alguns trabalhos específicos com outra gráfica, bureau, ou mesmo pequena agência de propaganda, a fim de DAR ao cliente uma solução global às suas necessidades, pois o cliente não quer simplesmente impressos. Ele quer mesmo, é ver seu problema resolvido e de preferência com todo o trabalho de logística de distribuição embutido na prestação dos serviços da mídia impressa.
Nossa gráfica passa no momento por um período de transformação, onde as mudanças são imprescindíveis. Quem não muda, morre. Precisamos pensar em Marketing de Relacionamento e posteriormente avançar para o E-Commerce na indústria gráfica. Precisamos definir as nossas metas nossos produtos, nossa tecnologia. Acabou infelizmente para muitos a era da impressão em Multilith com posterior numeração em uma máquina tipográfica. O mundo mudou e mudou bastante. Hoje se não entrarmos na era da tecnologia digital, mesmo que em parte, estaremos fora do mercado em pouco tempo. As modernas impressoras digitais vão tomando o mercado do pequeno gráfico que acaba ficando sem serviço e como não sabe ainda calcular os seus impressos, pois não se atualizou, acaba fechando as portas ou mesmo vendendo as suas máquinas como sucata.
Por favor, amigo (a) gráfico (a). Está na hora de acordar e fazer alguma coisa por você mesmo. Una-se a colegas gráficos e forme cooperativas de compra, cooperativas de trabalho, cooperativas de venda de mídia impressa. Acabou a época do pequeno gráfico fazer tudo sozinho. Más, falamos aqui também para o médio e grande empresário. Este também deve mudar e fazer o planejamento estratégico de sua empresa, começando a olhar com mais profundidade para o mercado. Tentando absorver conhecimentos mercadológicos e olhando com mais atenção para a real rentabilidade de sua empresa, através de relatórios gerenciais emanados de sistemas confiáveis, adquiridos no mercado ou elaborados na própria empresa com a ajuda de analistas de sistema.
A conclusão a que nós chegamos é que o país em que vivemos, encontra-se navegando com rumo indefinido, porém não em uma “marola”. E nós da indústria gráfica. Em que direcção vamos navegar? Isso está nas mãos de cada “Timoneiro” (o dono da gráfica). Se conselho fosse valioso a gente não dava, vendia! Más vamos aqui dar uma “colher de chá” ao amigo leitor:
1. Repense a sua gráfica (faça seu plano de negócios)
2. Actualize-se na área técnica e de gestão
3. Prepare sua táctica mercadológica
4. Informatize a sua empresa (pequena ou grande)
5. Mantenha actualizados os seus custos, produtividade e tecnologia.
6. Acredite em você mesmo. Você é Capaz!!!
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Artigo escrito para a revista Publish Nº 100
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* Thomaz Caspary é Engenheiro de Mídia Impressa, consultor de empresas e diretor da Printconsult Ltda. (11) 3167
 
 
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