segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Pontualidade nos Pagamentos


A falta de Pontualidade nos Pagamentos é no Portugal de hoje um tema com grande destaque, tema da maior importância e acuidade, desde a problemática da solvabilidade de muitas empresas até à Ética envolvente que nos leva a todos a pensar por onde anda a Palavra e o Rigor nas transacções comerciais. Um Obrigado à ACEGE, que mais uma vez nos surpreende positivamente, pelo lançamento de um desafio aos Empresários e Gestores Portugueses para que cumpram os pagamentos a fornecedores na data acordada com o objectivo de criar um ciclo virtuoso na vida económica Portuguesa e de protecção à sã concorrência!



Segundo a direcção da ACEGE “os números são assustadores e as consequências imprevisíveis. De acordo com dados recentes da AIP, que vêm corroborar o estudo sobre "Índice de Risco" publicado pela Intrum Justitia, 75 por cento das empresas portuguesas refere ter problemas nos atrasos de pagamento. Um princípio que parece básico na vida das empresas, acaba por se transformar numa séria ameaça à sua sobrevivência. Esta cultura de permissividade e de irresponsabilidade na Economia Portuguesa, a qual parece estar profundamente enraizada como factor cultural, tem de ser contrariada, sob pena de muitas pequenas e médias empresas poderem vir a sucumbir, caso tal não aconteça. Para substituir este ciclo vicioso por um que seja antes virtuoso, gostaríamos de poder contar, em particular, com o exemplo dos empresários da ACEGE nesta iniciativa. Assim, convidamos cada um a aderir a este compromisso e a consultar, no nosso Portal “:

www.ver.pt

www.ver.pt/conteudos/grupo_pagamentos_pontuais.aspx



Aconselhamos os Senhores Empresários e Colegas Gráficos a visitarem este Portal, e porque não o recomendarem à direcção da APIGRAF, criarem uma dinâmica de pressão junto da cadeia Associativa a jusante, no sentido de existir uma pressão alargada ao Estado, para igualmente serem “aconselhados” a dar o exemplo e pugnar por uma política de Rigor Ético no cumprimento dos prazos de pagamento.



Hoje o Estado despesista, como principal pagador do País, é o exemplo primário do laxismo, uma verdadeira locomotiva negativa.



Qual o rigor na Pontualidade dos Pagamentos em áreas como a da saúde (ou não será verdade, por exemplo, que os médicos estão a receber actualmente os honorários das operações cirúrgicas ao abrigo do sistema SIGIC efectuadas em Outubro….de 2007? Ou, o Estado deve 737milhões de euros e demora mais de um ano a pagar Medicamentos?), obras públicas, municípios, etc., etc. Tão rigoroso e asfixiante é o Estado na cobrança dos seus impostos e tão laxista na liquidação das facturas aos seus fornecedores, obrigando-os a recorrer a compromissos bancários e muitas vezes com efeitos fracturantes ao nível da solvabilidade das empresas.



O Prazo de Pagamento é um desconto; Atraso de Pagamento é um desconto.



Como importadores que somos sempre sentimos por parte dos nossos fornecedores estrangeiros uma disciplina ética, que aumentou de rigor com a constituição da Comunidade Europeia e se tornou mais exigente com os efeitos da globalização. Hoje um fornecedor estrangeiro (Alemão, Suíço, Holandês, Nórdico, etc.) não compreende a falta de Pontualidade nos Pagamentos, pela falta de Rigor e pelos Custos inerentes, e interpreta-a imediatamente como dificuldades financeiras vs. diminuição de plafond de crédito e até ao bloqueamento de fornecimentos vai um ápice. Esta perigosa e nefasta Cultura Viciosa tem que ser invertida e cabe-nos a nós, todos os que desejamos ver as nossas empresas vivas no futuro próximo, tomarmos uma declarada posição, com o apoio das n/ Associações sectoriais e fazermos mais um esforço no de alterarmos o sentido actual de impunidade generalizada. Todos sentimos o aperto nas margens de comercialização e o efeito da falta de pontualidade dos pagamentos nos nossos planos de tesouraria, pois estamos todos no mesmo barco. É ou não uma prioridade para as empresas o serem mais rigorosas e terem um sentido ético comercial?



Ou viveremos nós num mundo de Postulado, mas rodeados de Al-Qaedas?



Para o seu próprio bem e para o bem de toda a economia portuguesa, convidamo-lo a aderir a este compromisso ou a exigir à V/ cadeia Associativa um passo idêntico.




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* David Zamith é Director Geral da Ruy de Lacerda

& C.ª Lda. - http://www.rdl.pt

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