O BPI considera que os níveis recorde do euro face ao dólar "terão impacto negativo na Portucel", ainda que continue a acreditar que a empresa irá conseguir registar uma forte performance operacional. Para o banco de investimento as declarações de Jose Honório, CEO da Portucel, estão em linha com os "profit warnings" da UPM e da Stora Enso.
O presidente executivo da Portucel, revelou, em entrevista citada pela Bloomberg, estar preocupado com a valorização do euro face à divisa norte-americana, na medida em que tal poderá potenciar as exportações de outros "players" (que utilizam o dólar) para a Europa, que normalmente não o fazem devido aos elevados custos de transporte.
"Estas declarações estão em linha com os recentes ‘profit warnings’ feitos pela UPM e pela Stora Enso, em resultado da desvalorização do dólar e a subida dos custos com a madeira", afirma o BPI.
A equipa de "research" continua a acreditar "que a Portucel deverá registar uma forte performance operacional". No entanto, alerta para o facto dos actuais níveis do euro face ao dólar (acima dos 1,42 dólares) "irá ter um impacto negativo na Portucel dado que 15% das suas receitas consolidadas são denominadas em dólares".
Além disso, o banco aponta também para a possibilidade dos "players" de "UWF (papel não revestido) norte-americanos poderem aumentar as suas exportações para a Europa, o que poderá colocr os preços sobre pressão".
"No entanto, salientamos que não esperamos a mesma situação que ocorreu em 2003 e 2005, já que o mercado norte-americano tem vivido uma forte reestruturação e uma ‘saga’ de movimentos de consolidação, que eliminou o anterior excesso de capacidade"
O BPI manteve inalterada a recomendação de "acumular" para a Portucel [Cot], com um "target" de 3,70 euros. As acções da empresa liderada por Jose Honório seguiam inalteradas nos 2,65 euros, pelo que a avaliação do banco confere à companhia um potencial de subida de 39%.
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