O BPI considera que o reforço anunciado ontem pela Semapa no capital da Portucel deve-se, parcialmente, à queda dos títulos da empresa de pasta e papel, com a companhia a aproveitar para reforçar a posição a preços reduzidos. No entanto, o banco não afasta cenário especulativo de "buy out".
A Semapa anunciou ontem em comunicado enviado à CMVM que aumentou a sua posição no capital social da Portucel. A "holding" passou a controlar 73,86% da empresa que ficou agora com um "free float" reduzido a cerca de 26%.
Para os analistas Bruno Almeida da Silva e Flora Trindade, este reforço é, em parte, "uma reacção à recente queda das cotações da Portucel e é consistente com uma movimentação de reforço accionista a preços atractivos, considerando a nossa avaliação da empresa e as perspectivas" para a companhia.
No entanto, o BPI acrescente que não põe de parte "um cenário especulativo de um futuro ‘buy out’ da Portucel, ainda que acreditemos também que a Semapa é um investidor de longo-prazo, disposto a esperar pelo momento apropriado para executar a sua estratégia".
O banco de investimento acrescenta ainda que "não ficaríamos surpreendidos se após uma valorização acentauda das acções da Portucel a Semapa anunciasse uma redução da sua posição no capital da empresa".
O BPI recorda que a Portucel representa 85% da sua avaliação através da metodologia da soma das partes. O banco avalia a Semapa [Cot] em 15,95 euros, recomendando a "comprar" dos títulos. As acções da empresa seguem em alta de 3,2% para os 11,93 euros.
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